Gestão de Estoque no Varejo, nada é mais estratégico
Carlos Eduardo Caparelli
Administrar uma rede varejista pressupõe o acompanhamento periódico dos diversos KPIs inerentes ao negócio. Market share, retenção de clientes, evolução das vendas, turn over, clima organizacional, lucratividade, perda de inventário, alavancagem operacional, prazo médio de pagamento e recebimento, fluxo de caixa, ROA, dentre outros, são exemplos de indicadores sobre os quais a equipe gerencial deve estar sempre atenta.
Um dos indicadores mais importantes, todavia, diz respeito à gestão dos estoques. Não tenho a intenção de aprofundar a discussão acerca da qualidade das mercadorias postas à disposição dos clientes, apenas julgo relevante mencionar que a qualidade do estoque está diretamente relacionada com o posicionamento da marca. O mix de produto deve ser condizente com o target definido pelo branding.
No que tange ao estoque quantitativo, minha experiência mostra que as empresas ainda precisam aperfeiçoar as ferramentas de gestão destinadas a este fim. Assortment planning, range planning, sistema de alocação, open to buy por família e GM ROI são alguns exemplos de ferramentas que podem (e devem) ser usadas para determinar o nível adequado de estoque por produto e por loja, a fim de evitar (ou minimizar) o índice de ruptura nos pontos de venda. No outro extremo, a eficácia na gestão dos estoques gera reflexos diretos no caixa das empresas.
Tomemos como exemplo, uma rede varejista cujo mark up equivale a duas vezes o preço de compra das mercadorias (com o ICMS incluído) e que a cobertura dos estoques determinado pela gestão seja de 60 dias. Diante deste cenário, uma redução hipotética de sete dias na cobertura dos estoques acarretaria uma geração de caixa correspondente a 1% do faturamento bruto anual. Com dez dias a menos na cobertura, a geração de caixa equivaleria a 1,4% das vendas anuais! Convenhamos, nada mal!
Cumpre destacar, ressaltar e reverenciar a excelência na gestão dos estoques de grandes ícones do varejo internacional, com presença destacada no cenário brasileiro. De origem anglo-saxônica e Espanhola, cada qual com as suas peculiaridades, C&A e Zara se notabilizaram pela eficácia das práticas de gestão orientadas ao correto abastecimento dos seus pontos de venda.
A conjugação de profissionais de alto nível, com visão sistêmica; a contínua formação de novos talentos; o investimento constante em tecnologia e, por fim, a aplicação prática de pressupostos científicos, em especial os relacionados à estatística e econometria, certamente oferecerão às empresas a excelência no gerenciamento dos estoques.
O mito que ainda precisa ser derrubado é que tais práticas sejam acessíveis apenas aos grandes players do varejo. Há disponível no mercado, bons sistemas integrados de gestão, desenvolvidos especificamente para atender as peculiaridades do varejo; além de excelentes profissionais que atuam como consultores de gestão, os quais podem, além de implantar tais práticas, ministrar cursos e treinamentos ao staff diretamente envolvido no assunto
Em
http://www.alshop.com.br/artigo.asp
Camarada, a base estatística é que é difícil de achar. Econometria então...
ResponderExcluirAbs,
Ivan