Considerando que o objetivo dos administradores é a criação de valor aos acionistas, os projetos que apresentam valor presente líquido positivo devem ser aceitos. Por outro lado, devem ser recusados os projetos com valor presente líquido negativo.
Para se obter o valor presente, é necessário descontar os fluxos de caixa futuros por uma taxa de desconto, custo de oportunidade (r). VP = C1 / 1+ r. O valor presente líquido corresponde ao saldo do fluxo de caixa imediato e os fluxos de caixa descontados. VPL= Co +[ C1/ (1+r) + C2 / (1+r)2 + C3 / (1+r)3 + Cn / (1+r)n].
Importante ressaltar que em países como França, Alemanha e Japão, os administradores se preocupam com a criação de valor aos stakeholders e não apenas para os acionistas. Já os países com influência anglo-saxônica, a criação de valor aos acionistas é mandatória.
Caso as taxas de juros sejam as mesmas para cada vencimento, é possível simplificar os cálculos do valor presente: (1) se o ativo gera “X” por ano em perpetuidade, VP = X / r, (2) se os rendimentos do ativo crescem em perpetuidade a uma taxa constante “g”, VP= X / r-g, (3) na hipótese da anuidade render “X” reais por ano durante t anos, o valor presente corresponde a diferença entre os valores das duas perpetuidades VP= X[ 1/r – 1/ r (1+r)t].
Os cálculos do valor presente são feitos a partir da aplicação de juros compostos. Importante verificar como tais juros são capitalizados. Se anual, corresponde a (1+r) t. Se contínua, 2,718 rt. Para que os fluxos de caixa sejam precisos devem ser ajustados pela inflação do período.
De forma sucinta, é possível afirmar que o valor presente líquido de um projeto é obtido a partir do saldo entre o desembolso de caixa inicial e os fluxos de caixa futuros trazidos a valor presente pelo custo de capital.
Importante apresentar as técnicas, modelos e teorias para a determinação do melhor custo de capital a ser utilizado, considerando a estrutura de capital das empresas e as características de riscos envolvidas em cada um dos projetos.
Em eventos de baixo risco, os autores defendem a utilização de uma taxa de juro livre de risco, como a dos títulos do tesouro americano. Para os projetos que apresentam riscos médios, o custo de capital da empresa é a maneira recomendada para descontar os fluxos de caixa futuros. Para tanto, utiliza-se o WACC (custo médio de capital ponderado), através do qual mensura-se o peso do capital de terceiros e do capital próprio e as expectativas de retorno dos seus investidores.
Ex: Valor do ativo: 100 Valor do passivo = 40 Retorno esperado = 10%
Valor do capital próprio = 60 Retorno esperado = 20%
WACC = 40*10% + 60* 20% = 16%
(40 + 60)
Na hipótese da empresa prospectar um projeto com elevado grau de risco, o custo de capital deve ser superior ao WACC. Assim sendo, a correta determinação do custo de capital é determinante para que as empresas avaliem a viabilidade dos seus projetos em consonância com os riscos envolvidos.
A maioria das grandes empresas norte-americanas utiliza o modelo CAPM para estimar o custo do capital próprio. Segundo o modelo, o retorno esperado de cada projeto corresponde a fr + β (rm – rf), onde fr = taxa de juro livre de risco, β= sensibilidade da ação em comparação com o mercado e, (rm – rf )= prêmio de risco da carteira de mercado.
Os autores indicam aos gestores financeiros caminhos para a melhor estimação do beta das empresas: (1) não cair na tentação de somar os fatores de risco à taxa de desconto, para tentar equilibrar as coisas que podem, eventualmente, correr mal em relação ao investimento proposto. O correto, nesses casos, é ajustar primeiro os fluxos de caixa, (2) as características dos ativos com betas elevados ou baixos podem muitas vezes ser observados enquanto o próprio beta pode não sê-lo. Os betas dos ativos são determinados pela intensidade da relação entre os lucros das empresas e os lucros conjuntos de todos os ativos reais e a alavancagem operacional, representada pela relação entre os custos fixos e variáveis.
Por fim, os fluxos equivalentes certos ajustam o valor presente dos projetos pelo seu risco inerente. Ex: um fluxo de caixa de R$ 300, garantido no final de um ano, pode ser descontado por uma taxa de juro livre de risco, 6%. O mesmo fluxo, se incerto, deve ser descontado por uma taxa maior que reflita o seu risco, 10%. O fluxo de caixa garantido de R$ 300, descontado pela taxa de 6%, tem valor presente equivalente de um fluxo estimável do mesmo valor, porém descontado por 10%.
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